segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pois é, minha espera




"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu." Eclesiastes 3:1

Acho difícil entender essa passagem. Na verdade, achava que já tinha entendido por completo e aceitado o que esse versículo bíblico fala. Tentamos colocar nome e medidas nas coisas que não tem como ser limitadas. O tempo vai muito além do plano terreno, mundano, físico. O tempo é mutável e não tem dono. É como o vento. Pelo menos é assim que eu sinto às vezes. Hoje ele é uma brisa. Não posso tocar, não posso mudar, mas posso sentir e aproveitar o que me oferece.

Tempo determinado. Hum. Ajudou muito. Bem, acredito que Salomão, autor dessas reflexões, pesou as coisas que observou durante a sua vida. Eu ainda não observei tudo o que podia. Espero algum dia refletir de maneira sucinta e simples o que o tempo e a vida são para mim. Muitas coisas são fixas, outras nem tanto. E os limites impostos e estabelecidos no tempo são fora da minha realidade. Compreender o tempo? Quem? Eu? Não, não. Ainda não posso fazê-lo.

A vida é curiosa. Interessante no mínimo. Coisas estranhas, inesperadas, boas e especiais acontecem na vida da gente. Coisas que a gente não entende e às vezes nem quer entender. Programamos os nossos passos, afazeres, planos e sonhos. Fico me perguntando se algum dia as coisas aconteceram como planejei. Elas podem até sair bem parecidas, mas nunca são como se planejou. Podem ser melhores, piores ou indiferentes que nem notamos que não planejamos ou previmos alguns detalhes. Ah, detalhes.

Espera, espera e mais espera. Duas coisas difíceis para mim: esperar e ter paciência. Paciência até se adquire. Pode-se praticá-la. Pode-se também praticar a esperança, mas parece que ela está sempre distante e inalcançável. Não podemos ver nem sentir o que esperamos. É até possível imaginar e sentir emoções antes de que a esperança se torne concreta, tangível. De todas as situações fundadas na esperança, ansiedade, paciência e demais virtudes vi que nada se compara quando as coisas se realizam no tempo determinado. Há um propósito para tudo. Nem sempre vamos entender e decifrar qual é esse propósito e porque ele acontece. Mas acontece.

Pois é, minha espera... meu coração não se contenta em ter uma resposta para o aqui e agora. Ele quer uma resposta firme e palpável para um final feliz. Seja essa espera boba ou secundária, ainda assim me apego a ela. Não sei bem porque, mas parece que nada vai dar certo enquanto aquela resposta que tanto se espera não vier na hora certa, na hora que se quer. Já vi que a minha resposta não virá quando quero. Parece que no final de outubro minha ansiedade diminuirá. Veremos. Veremos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pois é, meus textos






Dizem que os prazeres da vida estão num bom vinho, na sedução, em comer chocolate no meio da tarde, gastar dinheiro sem preocupação, escutar uma boa música e ler aquele livro. Hum. Interessante. Só que para mim os prazeres da vida vão muito mais além.

Os detalhes, aqueles momentos singelos, simples da nossa vida muitas vezes passam despercebidos e sem valor. Tenho encontrado prazer em comer nutella, passear sem gastar dinheiro, ouvir bandas que nunca ouvi, tocar uma música nova no piano, aprender palavras novas, conhecer pessoas, saber falar outras línguas, conhecer a Deus e assim vai. E a melhor parte de tudo isso é: escrever.

Relatar o que eu sinto, o que eu quero, o que eu penso-em-não-pensar me faz sentir bem. É um prazer momentâneo e addictive. Somente redigir, conversar sobre essas coisas parece não ser o suficiente. Fico dormindo acordada pensando em como escrever e em como seria o processo de escrever cada um dos textos. Que músicas eu escutaria, que livros eu leria, com quem eu conversaria até que um simples texto estivesse pronto. Inúmeras hipóteses surgem na minha cabeça. Situações, diálogos e estórias que só poderiam sair de um lugar - de mim mesma.

Pois é, meus textos... tem hora que parece que vocês só vivem aqui dentro. É como se vocês estivessem sendo gerados dentro de mim. Meus lindos e pequenos babies. Gosto de pensar nos nomes que eu daria a cada um e fico imaginando quando que vocês estarão prontos para ir para o mundo. Bem, espero que alguns de vocês já estejam prontos daqui a nove meses. Em outros momentos parecem que vocês já estão adultos e tem vida própria. Espero que vocês nunca me deixem. Vocês fazem parte de quem eu sou, do que eu passei... da minha essência. Reaprender a escrever tem sido uma experiência única. Um encontro comigo mesma. Um aprendizado contínuo e sem fim. Vale a pena. Muito a pena. ;)